PSOL/RJ quer anular isenção de vistos a 4 países e provoca reação de entidades do Turismo
A decisão do Governo Federal de liberar a exigência de vistos para cidadãos americanos, canadenses, australianos e japoneses foi bem recebida pelo trade turístico brasileiro. No entanto, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), eleito pelo Rio de Janeiro, anunciou na manhã desta quarta-feira, 20, que deu entrada com um projeto na Câmara para anular a medida.
Segundo o parlamentar, a reciprocidade é um princípio básico da diplomacia. “Logo, abrir mão do visto para turistas sem qualquer contrapartida não é criar parcerias. É ser submisso e bajulador”, disse em postagem em uma rede social.
Entretanto, Freixo vai na contramão do que pensam as lideranças das principais entidades do setor no Rio e no Brasil – algumas delas ouvidas pelo Rota Rio. Segundo o presidente da Federação dos Conventions Bureaux do RJ, Marco Navega, por exemplo, a atitude do deputado e do PSOL representam um atraso no fomento da atividade turística do país.
“Pesquisa da Organização Mundial do Turismo (OMT) mostra que políticas de facilitação de vistos proporcionaram um aumento no número de chegadas de turistas nos países onde ocorreram as mudanças, em até 25 % ao ano”, argumentou.
Já o presidente da Comissão de Turismo da OAB/RJ, Hamilton Vasconcellos, lembra que o Brasil tem acordos com 90 países para a dispensa recíproca de vistos. “A discussão de reciprocidade é minúscula quando percebemos o que irá gerar de receita e emprego ao país”, explicou.
O presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio, também é favorável à medida do Governo Federal. “Se o Brasil quer gerar mais empregos, aumentar a renda e desenvolver o Turismo, precisa adotar um conjunto de medidas, entre elas, liberar a exigência de visto a países como EUA, Canadá e Japão”, disse.
Para a Secretaria de Turismo do Estado do Rio, a decisão do Governo Federal significa uma ótima oportunidade para que o Brasil atraia mais turistas. Em postagem oficial, a Setur/RJ defendeu ainda que o próximo passo seja promover uma campanha para divulgar nestes países a novidade – o que irá facilitar muito a tomada de decisão pelo destino Brasil.
Números respaldam medida do Governo
E o otimismo com o fim da exigência de vistos para estes turistas tem razão de ser. Na época da Copa de 2016, por exemplo, Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália foram beneficiados por uma isenção unilateral temporária, entre junho e setembro.
E, considerando um custo médio de US$ 160 por visto, o Ministério do Turismo calcula ter deixado de arrecadar algo em torno de US$ 19,3 milhões em taxas consulares durante esse período. Entretanto, os mesmos turistas beneficiados pela medida gastaram naquele período mais de US$ 167 milhões no Brasil.
