Prefeitura intensifica ações para o controle de mosquitos
A Prefeitura de Macaé tem tomado medidas para controlar a população de mosquitos no município, porém, o resultado das ações para impacto positivo na vida das pessoas depende da colaboração direta dos cidadãos. Além do Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika, chicunkunya e febre amarela, moradores de bairros no entorno de regiões aquáticas na cidade enfrentam outro tipo de mosquito da família Chironomidae, que não pica nem transmite doença, mas incomoda e está presente em ambientes como a Lagoa de Imboassica. Tem, ainda, o mosquito Culex sp., que é o pernilongo comum, sem relevância médica na região, que tem infestado os bairros da zona norte da cidade.
O Culex prefere ambientes de água com baixo oxigênio disponível, eutrofizados (que têm multiplicação excessiva de algas) e com alta quantidade de matéria orgânica, como o Canal Campos-Macaé, onde se reproduz até a fase adulta. Esse mosquito utiliza as plantas aquáticas, conhecidas como gigogas, como ambiente de refúgio para depositar suas formas imaturas. As explicações são do gestor da Coordenadoria Especial de Vigilância em Ambiente e Saúde (Cevas), o biólogo Luan Campos. Segundo ele, o município intensificou as ações de controle biológico do Culex em trabalho integrado entre a Cevas, que utiliza biolarvicidas e bombas costais contra o Culex, em toda a extensão do canal, e a Secretaria de Serviços Públicos, que remove as plantas aquáticas que cobrem o canal e promove a limpeza da área.
Ainda de acordo com Campos, os Chironomideos, por sua vez, por serem insetos aquáticos bioindicadores, se manifestam em áreas com alterações ambientais causadas pela atividade humana que resultam em desequilíbrios no ecossistema do ambiente ali estabelecido. “Desta forma, podem não haver predadores em boa quantidade como aves, peixes, rãs e outros animais que fazem o controle natural, proporcionando um descontrole populacional que gera essas infestações”, explicou Campos. A prefeitura faz a vigilância e manejo/controle desses mosquitos também de forma efetiva, através de ações que promovem a redução de impactos humanos nos ecossistemas costeiros, como a continuidade das políticas de saneamento básico em execução, com intervenções de tratamento de esgoto nos bairros próximos à Lagoa.
A orientação de especialistas é que a população deve seguir algumas dicas para conter esses mosquitos. São elas: manter a casa limpa; investir em plantas e flores que afugentam insetos por conta de seu aroma, como hortelã-verde, alecrim, gerânio e malmequeres, entre outras; usar velas de citronela em ambiente seguro para evitar riscos de incêndio; usar vinagre de maçã com gotas de detergente que atraem o mosquito para o recipiente onde ele morre afogado; e borrifar a mistura de vinagre nas frutas expostas.
Campos recomenda a redução de luminosidade e instalação de telas em portas e janelas, quando possível, até que esses mosquitos desapareçam naturalmente. O ciclo de vida dos Chironomideos é extremamente curto, indo a óbito entre três a cinco dias, em média. Campos explica que mudanças climáticas bruscas, como alternância de dias ensolarados e muito chuvosos, considerando o período de grande incidência de chuvas e altas temperaturas no município, acabam criando um ambiente favorável para uma “explosão” de reprodução dos Chironomideos até sua fase adulta. Esse tipo de mosquito existe em todo o mundo.
O coordenador da Cevas informou que o fumacê/UBV utilizado nas ações de controle do Aedes não possui boa eficácia comprovada para os mosquitos Chironomideos que podem apresentar resistência e se diferenciam dos pernilongos Culex. “Esses insetos aquáticos não se alimentam de sangue e não transmitem doenças, mas causam perturbação através da sua grande concentração em grupo. O fumacê/UBV não pode ser utilizado de forma indeterminada, como durante chuvas, ventos fortes e em muitos horários, por conta de influenciar negativamente na dispersão das partículas do inseticida e em risco de superaquecimento da máquina”, concluiu Campos.