Importante sítio arqueológico do Morro do Índio, em Cabo Frio, sofre com incêndio

Importante sítio arqueológico do Morro do Índio, em Cabo Frio, sofre com incêndio

O sítio arqueológico Morro do Índio, na Passagem, em Cabo Frio, recebeu a visita de agentes da Guarda Marítima e Ambiental do município nessa terça-feira, 13, para a realização de uma vistoria em uma área atingida por um incêndio na tarde dessa segunda-feira, 12.

De acordo com o órgão municipal, o incêndio afetou uma área equivalente a um campo de futebol, o que, de acordo com as medidas oficiais para partidas internacionais da Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA), teria uma área entre 6.400 e 7.500 metros quadrados (m²).

Também chamado de Sambaqui do Forte, o sítio arqueológico foi descoberto em 1965, pela professora Maria da Conceição Beltrão, do Museu Nacional, mas só recebeu as primeiras investigações 5 anos depois, em 1970, chefiada pela professora, pesquisadora e arqueóloga Lina Maria Kneip, também do Museu Nacional.

Muitos documentos dessa investigação do início da década de 1970, inclusive, acabaram destruídos em um incêndio de grandes proporções que destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio, no início de setembro de 2018.

Segundo reportagem do G1, na época, foram 20 milhões de itens destruídos pelo fogo, entre eles 5 mil peças do período pré-histórico e Tupinambá da Região dos Lagos, além de documentos e objetos recolhidos durante a investigação de Lina Maria Kneip, e enviados ao Museu Nacional.

No acervo havia ossadas, rochas e utensílios dos sambaquis, que são formações constituídas, principalmente, por conchas de moluscos e ossos descartados pelos índios, e que criavam imensas montanhas, formadas ao longo de milhares de anos pelas populações que habitavam as regiões litorâneas.

De acordo com o superintendente de Defesa Civil de Cabo Frio, Márcio Soren, a baixa umidade relativa do ar, o vento forte, uma bituca de cigarro ou mesmo o atrito entre galhos podem ter causado o incêndio dessa semana.

Apesar de indícios apontarem para causas naturais, as autoridades não descartam causas humanas para o início do incêndio que teria levado entre 35 e 45 minutos para ser controlado pelos bombeiros e agentes da Guarda Marítima e Ambiental do município.

Galvão

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