Firjan mostra fragilidade fiscal no RJ, mas Macaé segue entre as melhores administrações

Firjan mostra fragilidade fiscal no RJ, mas Macaé segue entre as melhores administrações

Os municípios do estado do Rio de Janeiro seguem ficando abaixo da média nacional quando o assunto é gestão fiscal, revela levantamento recente da Firjan. Embora haja algumas exceções, o panorama geral mostra que muitos têm dificuldade em investir e manter contas equilibradas.

Segundo o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), os indicadores avaliados — autonomia, gastos com pessoal, liquidez e investimentos — mostram que os municípios fluminenses, em média, estão em “gestão em dificuldade”. Ou seja: não atingem o nível esperado para uma administração pública estável e promissora.

O que chama atenção é o item investimento: as cidades do RJ aplicam, em média, apenas 4,6% da receita em obras ou aquisição de bens — menos da metade da média nacional, que está em 10,2%. 

Entre os municípios que se destacam positivamente está Macaé. A “Cidade Energia” aparece entre as cinco melhores do estado no IFGF, alcançando classificação de gestão “boa” ou “excelente”. Isso se deve, em parte, à sua autonomia orçamentária, à capacidade de arrecadar receitas próprias e ao zelo no controle dos gastos com pessoal. 

Por outro lado, muitos municípios enfrentam problemas graves. Em várias cidades fluminenses, a dependência de repasses estaduais e federais é muito alta, os gastos com pessoal consomem parcelas exageradas das receitas correntes e o caixa para cobrir compromissos futuros está insuficiente. 

Os analistas da Firjan destacam que embora 2024 tenha sido um ano com receitas municipais mais robustas — impulsionadas por repasses federais maiores —, esse cenário “favorável” não se traduziu em melhores resultados de investimento para muitos municípios do RJ. 

Em Macaé, porém, a história é diferente. A cidade não só se mantém entre as que mais investem como também aparece entre as poucas do estado que alcançaram nota de excelência na execução fiscal. A administração local tem conseguido garantir liquidação de despesas previstas, planejar com autonomia e ditar um caminho de gestão mais sustentável. Isso mostra que, mesmo em um contexto estadual de fragilidade, é possível fazer diferente e melhor. 

Em resumo: o RJ precisa urgentemente reforçar sua gestão fiscal, especialmente nos municípios que ficam muito longe dessas boas práticas. Macaé serve como exemplo de que metas ambiciosas de administração, transparência e responsabilidade são possíveis — e trazem efeitos concretos para a população.     

Galvão

Galvão