Navio bate na Ponte Rio-Niterói
O navio graneleiro São Luiz que estava ancorado na Baía de Guanabara desde 2016, foi levado pelo vento e se chocou contra a estrutura da Ponte Rio-Niterói, perto de Niterói, no começo da noite desta segunda-feira (14). Não houve feridos, já que a embarcação estava vazia. A Marinha investiga o acidente.
Após a colisão, a ponte foi fechada em ambos os sentidos, por volta das 18h25, e a liberação só ocorreu às 21h33.
1. O que aconteceu para o navio se desprender?
O acidente ocorre em meio à mudança de tempo no Rio. Fortes ventos atingiram a cidade, que está em estágio de mobilização deste o início da tarde. Segundo o Alerta Rio, houve registro de vento forte nos aeroportos do Galeão (57,4 km/h) e Santos Dummont (53,7km).
2. O cargueiro estava parado onde e percorreu por quantos quilômetros?
A embarcação estava fundeada nas proximidades da Ilha do Governador. A âncora de 7,5 toneladas deveria manter a embarcação, de 200 metros de extensão por 30 de largura a uma latitude e uma longitude, parada. Acredita-se que o navio se deslocou por aproximadamente 1 quilômetro até atingir a estrutura.
Condições precárias no navio São Luiz — Foto: Reprodução
3. Tinha alguém dentro do navio?
O cargueiro está vazio desde 2018. Até quatro anos atrás, ele era tripulado por marítimos da empresa Navegação Mansur, fundada nos anos 30 e dona do navio desde 1994, ano em que ele desceu a rampa do antigo estaleiro Caneco, no Caju. No momento da colisão não havia nenhum tripulante.
4. Como é o navio? Estava carregado?
São Luiz já chegou a transportar 42 mil toneladas de carga. Ele tem 200 metros de extensão por 30 de largura e estava vazio.
5. A quem pertence?
A embarcação pertence a Navegação Mansur, fundada pelo pioneiro do setor em São Francisco de Itabapoana, Simão Mansur, deputado estadual pelo Rio por 12 anos e que chegou a ser vice-governador nos anos 60. Entretanto, atualmente existe uma disputa judicial e por isso a embarcação não pode ser usada.
6. Em que ponto o navio atingiu a ponte?
A batida foi entre os pórticos 11 e 12, no lado de dentro da baía, ou seja, na pista sentido Niterói-Rio.
7. A ponte ficou danificada?
Técnicos da Ecoponte, concessionária que administra a via, fazem uma vistoria no local do acidente para analisar se a estrutura ficou danificada. O guarda corpo da ponte foi atingido pela torre de exaustão. Antes da liberação da rodovia, engenheiros avaliaram a integridade da estrutura da ponte para a liberação do trânsito. Segundo o prefeito Eduardo Paes, não há indícios de danos mais graves.
8. A ponte está liberada?
Todas as quatro pistas da estrada em direção a Niterói estão em pleno funcionamento. Já em direção ao Rio, o motorista enfrente dificuldade, já que apenas duas faixas estão em operação.
9. De quem é a culpa?
A Marinha informou que abriu inquérito para apurar as causas do acidente. Segundo o texto da nota, enviada pela assessoria de imprensa, o navio é “‘objeto de processo judicial” e está ancorado desde 2016 na Baía de Guanabara. A destinação da embarcação São Luiz é objeto de processo judicial. Enquanto aguarda a decisão judicial, a embarcação permanecia fundeada em local predefinido pela Autoridade Marítima, na Baía da Guanabara, desde fevereiro de 2016, sem oferecer riscos à navegação”, diz o texto. “Um Inquérito sobre Acidentes e Fatos de Navegação (IAFN) será instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente.” A Marinha não deu detalhes sobre o processo judicial.
10. Após o acidente, para onde o cargueiro foi levado?
Depois do incidente, o navio graneleiro São Luiz foi ancorado entre os armazéns 13 e 14, na Região Portuária do Rio. Imagens do Globocop mostram a torre de exaustão da embarcação, que tem 52 mil toneladas, bem avariada justamente na parte que colidiu com a ponte.
11. O que a Marinha poderia/deveria ter feito pra evitar o acidente?
A Baía de Guanabara, importante para a economia estado do Rio de Janeiro, se tornou um cemitério de embarcações abandonadas. Além da poluição residual, enormes carcaças se acumulam no local. Há dois anos, RJ2 percorreu as águas desde a Ilha do Governador até Niterói, na Região Metropolitana. O São Luiz era um dos objetos abandonados. Sem uma fiscalização adequada, navios e barcos pesqueiros encalhados se acumulavam. A época, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que a fiscalização de embarcações compete à Capitania dos Portos e que o órgão só é acionado quando ficam constatados danos ambientais. A Capitania dos Portos, por sua vez, informou que realiza diariamente atividades de inspeção naval, verificando as normas de segurança da navegação e a prevenção da poluição hídrica.
G1