Araruama enfrenta o crime com Polícia Municipal armada – solução ou risco iminente?

Por Daniel Galvão
Araruama deu mais um passo na direção de reduzir os índices de criminalidade e aumentar a sensação de segurança da população: transformou sua Guarda em Polícia Municipal, armada e preparada para enfrentar o crime. Mal a noticia se espalhou, a pergunta foi feita: será que os demais municipios da região vão seguir o exemplo?
Até aqui, a justificava sempre foi de que “segurança pública é dever do Estado”, mas isso não cola mais. O governo há anos falha miseravelmente em garantir segurança nas cidades do interior, que acabam reféns da criminalidade importada da capital.
O tráfico de drogas e os assaltos infernizam os moradores há anos. Araruama entendeu isso e resolveu agir põe conta própria, transformando sua Guarda em Polícia uma força de segurança pública de verdade.
Vale lembrar que outras cidades parecem se movimentar. Cabo Frio, por exemplo, já aprovou uma lei para armar sua Guarda, mas o processo é lento, burocrático e pode acabar engavetado. Macaé tem uma GM organizada, com grupamentos especializados, mas que na prática pouco pode fazer além de patrulhar e chamar a PM quando algo acontece.
Por sua vez, Rio das Ostras – em parceria com Cabo Frio – criou programas de capacitação para seus agentes. Mas, de que adianta ter treinamento tático se, na hora de um confronto, o guarda está de mãos vazias enquanto o bandido está de fuzil?
A verdade é que muitas autoridades ainda tratam o armamento da Guarda como um tabu, baseado no discurso de que pode gerar abuso ou que os agentes não estão preparados. Mas, e os criminosos? Esses estão cada vez mais preparados, organizados e bem armados!
Na minha opinião, se houver rigor na seleção, treinamento de qualidade e acompanhamento constante, a Guarda pode e deve ser armada. Araruama provou que isso é possível. Por 5 longos anos, capacitou e treinou 34 agentes para este novo momento.
A população dessas cidades precisa participar deste debate e cobrar medidas concretas. Segurança não é um luxo, é um direito. Se Araruama conseguiu estruturar uma Guarda armada, o que impede que outras cidades da região de fazer o mesmo?
A Guarda Municipal armada já é uma realidade em diversas cidades do Brasil e precisa ser encarada como solução, não como problema. A pergunta que fica para prefeitos e vereadores da Região é simples: quem vai liderar esse movimento para deixar um legado real de combate ao crime no interior? A conferir!