Despesas com campanha ultrapassam valores arrecadados

Despesas com campanha ultrapassam valores arrecadados

A regra financeira é clara: para não acumular dívidas, é preciso que a despesa seja menor do que a receita. No entanto, nove dos 20 candidatos da região que concorrem a uma vaga na Alerj e na Câmara dos Deputados estão gastando mais do que arrecadaram, e perigam terminar a corrida eleitoral com problemas financeiros. Um levantamento feito nesta quarta-feira (14) no site DivulgaCand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revela que o campeão no ranking da disparidade entre recursos líquidos recebidos e despesas de campanha contratadas é o candidato à reeleição como deputado estadual, dr Serginho (PL).

Segundo o TSE, a campanha do ex-candidato a prefeito de Cabo Frio já teria arrecadado R$ 200.900,00, sendo R$ 100.000,00 através de doação nacional do partido; R$ 27.000,00 em recursos próprios e R$ 73.900,00 de outras doações. Mas os gastos contratados com material de campanha, aluguel de veículos, redes sociais e outros já chegaram a R$ 748.999,91 (372,8% a mais do que o valor arrecadado).

Em segundo lugar está Carolina Filha de Alair Corrêa (União Brasil). Embora esteja com a candidatura à deputada federal “indeferida com recurso” por conta da Lei da Ficha Limpa (ela teve as contas rejeitadas por irregularidades no período em que foi secretária de Assistência Social, em 2015), os gastos de Carolina superam o valor arrecadado em 236,23%. Na prestação de contas, a candidata informa ter recebido R$ 150.000,00 em doação nacional do partido, mas já tem despesa de R$ 354.349,05 com pagamento de pessoal, material de campanha, contabilidade entre outros.

Na terceira posição está o ex-vice-prefeito de Saquarema, Pedro Ricardo (PROS), que em 2018, se elegeu como suplente de deputado estadual e tenta garantir uma vaga na Alerj. Segundo o TSE, Pedro arrecadou R$ 146.000,00 através de doações, mas gastou 168,17% a mais: até agora as despesas chegam a R$ 245.529,00 com material de campanha, aluguel de imóveis, redes sociais e outros.

O ex-prefeito de Araruama, Andre Monica (PDT), ocupa a quarta posição no ranking dos que estão gastando mais do que arrecadam. Ao TSE ele informou ter recebido R$ 65.770,00 para a campanha de deputado federal, sendo R$ 50.000,00 do diretório estadual do partido; R$ 5.770,00 da deputada estadual Franciane Motta, e R$10.000,00 de outras doações. Mas já tem despesas de R$ 110.541,48 com material de campanha, pagamento de pessoal, instalação de comitê, entre outras. Os gastos de André superam as receitas em 168,07%.

Embora seja diretor financeiro da Alerj, Janio Mendes (PDT) também não está mantendo os gastos de campanha sob controle. Na tentativa de voltar a ocupar uma cadeira de deputado estadual, o braço direito do prefeito de Cabo Frio já ultrapassou em 166,23% o valor que arrecadou. A receita declarada por ele é de R$ 168.600,00, sendo R$ 150.000,00 doados pelo diretório estadual do partido e R$ 18.600,00 de outras doações, mas já acumula despesa de R$ 279.296,00 com pagamento de pessoal, material de campanha, transporte e aluguel de veículos, entre outros.

Mesmo com valores bem menores do que os outros candidatos, o vereador cabo-friense Alexandre da Colônia (Solidariedade) também está gastando mais do que arrecadou. Para concorrer a uma vaga de deputado federal, ele declarou ao TSE que recebeu R$ 30.000,00 do diretório estadual do partido, mas já registra despesa de R$ 45.400,00 com propaganda de rádio e TV, material de campanha, advogados, contabilidade entre outros (151,33% a mais do que a receita).

O também vereador cabo-friense Thiago Vasconcelos (Avante) ocupa a sétima posição no ranking dos gastadores. Embora tenha declarado receita de R$ 65.000,00 através de doação do diretório nacional do partido, as despesas de campanha para ocupar uma cadeira de deputado federal já alcançaram o valor de R$ 80.166,00 com material de campanha, advogados, contabilidade entre outros (123,33% a mais do que a receita).

A oitava posição fica com o ex-prefeito de São Pedro da Aldeia, Claudio Chumbinho (União Brasil), que também está com a candidatura “indeferida com recurso” com base na Lei da Ficha Limpa (ele teve as contas rejeitadas pela Câmara de Vereadores). Os gastos de Chumbinho para conseguir uma vaga de deputado federal superam as receitas em 105,27%. Ao TSE ele declarou ter recebido R$ 258.000,00, sendo R$250.000,00 do diretório nacional do partido e R$ 8.000,00 em outras doações. Mas as despesas com atividades de militância, criação de site, material de campanha, transporte entre outros já chegaram a R$ 271.613,86.

O ex-vereador, ex-prefeito interino de Cabo Frio, ex-secretário de Governo do prefeito cabo-friense José Bonifácio, e ex-secretário especial de Integração Metropolitana do Rio de Janeiro, Aquiles Barreto (PSD) ocupa a nona posição dos gastadores. Ele declarou ao TSE ter recebido R$ 584.000,00, sendo R$ 582.000,00 do diretório estadual do partido e R$ 2.000,00 em outras doações. Mas a despesa já é 103,27% maior do que o valor arrecadado: até esta quarta-feira (14) a campanha de Aquiles para deputado federal registrava R$ 603.137,64 em gastos com pagamento de pessoal, material de campanha, transporte, entre outros.

Folha dos Lagos

Galvão

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