Justiça determina suspensão parcial das obras do condomínio Brisas da Lagoa, em São Pedro da Aldeia

Justiça determina suspensão parcial das obras do condomínio Brisas da Lagoa, em São Pedro da Aldeia

O caso do condomínio Brisas da Lagoa vem sendo acompanhado há meses. Em dezembro de 2024, o Ministério Público Federal (MPF) já havia ingressado com uma ação civil pública pedindo a suspensão imediata das obras e a reparação dos danos ambientais. O MPF denunciava a engorda da faixa de areia e a pavimentação de um novo trajeto de rua na área protegida, além da ausência de autorização da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) para as intervenções. 

Na decisão recente, o juiz deferiu parcialmente o pedido de tutela de urgência, determinando a suspensão imediata das obras dentro da área de 15 metros da Faixa Marginal de Proteção (FMP). No entanto, outras intervenções, como a engorda da praia e o desvio de uma via pública, permanecem liberadas até que a SPU esclareça sua legalidade ambiental. 

O Ministério Público Federal obteve essa decisão judicial favorável para suspender parte das obras do condomínio, localizado às margens da Lagoa de Araruama, em São Pedro da Aldeia. A construção, que ocupa a FMP, é alvo de denúncias e de uma ação civil pública movida pelo MPF contra o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o Município de São Pedro da Aldeia e a SPE Empreendimento Residencial Brisas da Lagoa Ltda. 

Diante das irregularidades, o MPF solicita a suspensão definitiva das obras, a remoção das construções dentro da FMP e a restauração ambiental da área degradada. Também requer o pagamento de indenizações que podem chegar a R$ 1,5 milhão por réu. De acordo com o procurador da República Leandro Mitidieri, autor da ação, a resposta da SPU e da União será fundamental para determinar a ilegalidade das intervenções na área de marinha e na FMP. “A faixa marginal de proteção da Lagoa de Araruama vem sofrendo grande ameaça da especulação imobiliária”, afirma o procurador. 

As primeiras denúncias surgiram em maio de 2024, quando o ambientalista Lucas Muller e o deputado estadual Flavio Serafini (PSOL) denunciaram as irregularidades. Na ocasião, o MPF realizou uma vistoria e constatou que a prefeitura de São Pedro da Aldeia havia alterado a trajetória da Avenida Luís Sampaio para favorecer o empreendimento, sem apresentar estudos ambientais adequados. Um acordo foi firmado com a prefeitura para restaurar a via em seu traçado original, mas a determinação não foi cumprida.  A ação do MPF aponta que as obras invadem a FMP com construções privadas, incluindo cercas, guaritas, estacionamento e piscina. Além disso, questiona o desvio da Avenida Luís Sampaio, que teria sido alterado para beneficiar o empreendimento, e a engorda da faixa de areia, realizada sem os devidos estudos de impacto ambiental e com areia de dragagem possivelmente contaminada.

Galvão

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