Mulheres ganham visibilidade e se tornam protagonistas na agricultura familiar
Hoje, segundo a secretaria municipal de Agricultura e Pesca, 180 mulheres atuam na Feira da Agricultura Familiar e do Pescado, que funciona em vários pontos da cidade. O total de homens chega ao montante de 104
Elas não estão apenas nas cidades, mas também no campo. Desempenhando um papel importante na agricultura familiar, a mulher rural, quando não é a principal responsável pela propriedade, divide atividades com um familiar. É o caso da produtora Gonçalina dos Santos, 41 anos. Filha de lavrador, já falecido, ela nasceu em Campo Limpo, na Baixada Campista e, atualmente, auxilia o irmão, que também se tornou produtor rural, na criação de abelhas, criação do gado, de cavalo, de aves e no plantio de hortaliças.
Muitas mulheres, conforme dados da Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca, comercializam o que elas mesmas produzem. Atualmente, segundo a secretaria, 180 mulheres atuam na Feira da Agricultura Familiar e do Pescado, que funciona em vários pontos da cidade, de terça a sábado, das 6h às 14h. Já o total de homens chega ao montante de 104.
Às terças-feiras, a feira está presente na Praça da República e nas quartas-feiras na rotatória do Parque Tamandaré. Nas quintas funciona na praça principal do IPS e na Praça do Flamboyant. Às sextas, a feira retorna à Praça da República e no Turfe Clube, em frente ao Colégio Maria Lúcia. Aos sábados, funciona na Praça da Igreja do Saco, na Praça São Benedito, em Goitacazes e na Avenida Atlântica, no Farol de São Tomé.
Para a agricultora Maria Antônia dos Santos, residente em Ponta Grossa dos Fidalgos, que trabalha há 25 anos na Feira da Agricultura Familiar e do Pescado, na Praça da República, o papel da mulher é essencial na fabricação e apresentação dos produtos vendidos. “Aqui trabalhamos em família, mas a maior parte dos produtos é feito por nós mulheres. É muito trabalhoso, mas satisfatório, pois daqui tiramos o sustento da família”, disse Maria Antônia, que também participa da feira que funciona na rotatória do Parque Tamandaré e no Farol.
Já Gonçalina disse que, de todas as funções que realiza, a manutenção do pasto é o que mais gosta de fazer. “Trabalho na roça desde os meus 17 anos e hoje revezo minha vida profissional com o trabalho no campo”, contou ela, que fez faculdade de Educação Física e Psicologia.
Foto: Arquivo Pessoal / Redes Sociais
Segundo ela, que tem na criação de cavalos seu maior hobby, quando o pai adoeceu, precisou se reinventar para ajudar a família. “Comecei a mexer nos maquinários, gradeando terra, roçando mato e realizando pulverização. Sou uma pessoa que ama trabalhar no campo, algo que parece inatingível para uma mulher. Muitos não acreditam na nossa força. Ao andar pelas estradas da Baixada Campista, vejo o espanto e até admiração de algumas pessoas quando estou dirigindo um trator com algum implemento agrícola”, disse a produtora, acrescentando:
“Nós, mulheres do campo, somos protagonistas de uma sociedade que cresce. Não somos o sexo frágil, mas guerreiras e determinadas”, finalizou.