Vale do Café: potencial e valorização

Vale do Café: potencial e valorização

Bayard Do Coutto Boiteux é autor de 35 livros, consultor, professor, pesquisador. Atualmente é vice-presidente executivo da Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ e superintendente do Preservale .(www.bayardboiteux.com.br )

Entender o Estado do Rio de Janeiro, como produto turístico, é olhar para seus diversos municípios, repletos de cultura, gastronomia e sobretudo de importantes núcleos que representaram a história nacional. O Rio de Janeiro é uma síntese do Brasil, com sua diversidade e estruturação para comercialização.

Entre as diversas regiões, devemos dar uma atenção especial ao Vale do Café, que não tem recebido a devida contrapartida de investimentos estaduais e federais nos últimos quatro anos. Conseguiu sobreviver até agora de esforços de alguns atores que ali estão estabelecidos, como prefeituras, meios de hospedagem, comércio local e fazendas.

São 13 municípios fluminenses que compõem o Vale, que fica relativamente perto do Rio. de São Paulo e Minas Gerais, maiores centros emissores do país. Poucos  destes municípios entenderam, no entanto, que o turismo é prioritário e que pode ser uma atividade para aporte de recursos externos.

Poucos municípios entenderamque o turismo é prioritário

Para começar, poucos nomearam secretários de turismo, que sabem buscar numa gestão profissional, recursos externos, que tenham visão empreendedora e que exijam maior compromisso municipal das prefeituras com o turismo. Vivem de eventos para comemorar a data de emancipação do município, sem se preocupar com planos municipais de turismo e os conselhos municipais de turismo.

Cada município deve ter em mente que a existência do turismo demanda postos de informações turísticas, material promocional, sinalização, capacitação e promoção. Não é nada tão complexo se houver vontade politica e busca de parcerias locais. Por outro lado, os conventions bureaux são uma forma de viabilizar o turismo local e encontrar soluções junto com o Poder Publico. Turismo é uma atividade privada e tem que sobreviver sem tanta interferência do Poder Publico.

Entre os diversos atores da região, estão as fazendas. Algumas muito bem estruturadas, que estão abertas para visitação pública, hospedagem, que investem em assessoria de imprensa; e outras com uma gestão ultrapassada, sem visão de futuro e com grande probabilidade de se perderem no desenvolvimento sustentável.

O Preservale é uma das instituições da região, que busca discutir o Vale e buscar soluções. Conseguiu, nos últimos anos, sinalizar parte das rodovias federais, lançar uma revista promocional, desenvolver workshops e seminários de capacitação, atualização e ações de venda nas redes sociais, como exposições virtuais, apesar da falta de interesse dos que trabalham na região.

É sempre bom lembrar que o Preservale não é para melhorar estradas, telefonia ou internet. É composto por uma massa crítica de pensadores que agora em um conselho consultivo e nas novas gerências operacionais vão interagir com a Secretaria de Estado de Turismo e órgãos locais que têm demonstrado interesse na região.

Sabemos o quanto a região representa na história do café, no processo de escravidão e sua abolição e na presença de heranças culturais de riqueza única. Nossa tarefa, como profissionais de turismo, é buscar respostas rápidas em conjunto, fazendo do Vale o maior produto do Estado.

Vamos aproveitar a vontade politica e de trabalho de todos os envolvidos num momento de mudança e buscar de novas perspectivas, para um trabalho conjunto.

Galvão

Galvão