Caso Ormond: Justiça inicia audiências sobre morte de empresário envenenado por acusada de Cabo Frio

Caso Ormond: Justiça inicia audiências sobre morte de empresário envenenado por acusada de Cabo Frio

As audiências de instrução do processo que investiga o assassinato do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond começaram nesta segunda-feira (7), com a oitiva de 11 testemunhas — entre elas, dois policiais. O caso, que chocou o estado do Rio de Janeiro, aponta como principais acusadas a namorada da vítima, a psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, e sua conselheira espiritual, Suyany Breschak, conhecida como Esmeralda, natural de Cabo Frio.

De acordo com a Polícia Civil, ambas teriam articulado o crime com o objetivo de dividir o patrimônio de Luiz Marcelo. Suyany, que fazia atendimentos espirituais para Júlia, era credora de uma dívida de R$ 600 mil, dos quais R$ 200 mil já haviam sido pagos. Segundo o delegado Marcos Buss, da 25ª DP (Engenho Novo), a espiritualista foi apontada como a possível mentora intelectual do homicídio. Além disso, bens do empresário — avaliados em mais de R$ 75 mil — foram repassados a ela. Também foram indiciados Leandro Jean Rodrigues Cantanhede e Victor Ernesto de Souza Chaffin, suspeitos de receptação de objetos da vítima, como um veículo, dois armamentos, notebooks, celular, relógios e outras joias.

Relembrando o caso: Luiz Marcelo desapareceu em 17 de maio de 2024, após ser visto por câmeras de segurança entrando no elevador de seu prédio. Seu corpo foi encontrado três dias depois, em 20 de maio, já em estado avançado de decomposição, no apartamento que dividia com Júlia. Ela inicialmente negou envolvimento, afirmando que o empresário apresentava sintomas estranhos, como lentidão na fala e dores de cabeça, e que estaria sob efeito de medicamentos para dormir.

Com o avanço das investigações e o laudo de necropsia confirmando envenenamento por alta dosagem de medicamentos controlados, a polícia identificou vestígios de achocolatado no estômago da vítima, ligando a causa da morte ao brigadeirão supostamente preparado por Júlia. Diante das evidências, a prisão preventiva foi decretada, e Júlia ficou foragida por dez dias, se entregando às autoridades no dia 28 de maio do mesmo ano.

As audiências de instrução são determinantes para o andamento do processo criminal, uma vez que permitirão ao juiz avaliar os depoimentos colhidos e as provas reunidas até o momento, definindo o grau de responsabilidade de cada um dos envolvidos nesse homicídio que, desde o início, foi envolto por elementos de manipulação, misticismo e ganância.   

Galvão

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